quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Meu Destino

Amanheci com raiva, anoiteci aos prantos. Tantos sentimentos diversos, tantos pensamentos...lembranças. 
Veio em minha mente uma frase que eu li do grande Rubem Alves:" A dor se vai, sim, mas fica de tocaia..."
É verdade, ela adormece, tem horas que rio dela, chego a zombar, penso que a venci, ledo engano...ela fica à espreita. Fica parada, me examinando. Tem dias que a percebo, olho pra trás, não vejo ninguém, e prossigo, é ela me vigiando. Tinhosa, me espera na próxima esquina, numa calçada qualquer, e, de repente, quando menos espero, a gente se esbarra. Ora, ela conhece minha vida, meus passos, sabe onde trabalho, o que quero, os meus afazeres...Não tenho como escapar, ás vezes, tento fugir, mas sou pega pelos cabelos. Não tem saída. 
Um dia, resolvi manter um diálogo com ela, um tipo de comunicação, pra ver se assim ela me deixava quieta, no meu canto e ia em busca de outra andorinha qualquer. Fiz tantas perguntas, sem resposta. Ela não é de conversa, ela é dos sentidos. Fala através do tato com a sensação de ardor, de aperto e ao mesmo tempo de vazio; através dos olhos, quando exala lágrimas...fala através do olfato, quando trás aquele cheiro que tanto se deseja e não se pode mais ter...além do sabor, amargo, é bem amargo seu gosto. Das poucas palavras que me proferiu, só consegui entender uma em meio aos ruídos. Eu perguntei "Quem é você? Qual o seu nome? Por que me acompanha?" Ela me disse sem muitas explicações:"SAUDADE..."

Yales

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